29 de maio de 2020

Posted by Biblioteca de E.B.2,3 de Paço de Sousa in | maio 29, 2020

Ora vamos então perceber hoje o que significa e qual a origem da expressão “erro crasso”.
O adjetivo crasso (do latim crassu, "grosso"), já utilizado pelo dramaturgo Plauto (falecido em 184 a.C.), significa, em sentido figurado, “grosseiro”; quer dizer ainda “grosso; espesso; cerrado; denso; opaco”.
Este termo, porém, é mais conhecido pelo seu uso nas expressões correntes “erro crasso” (significando “erro grosseiro”) e “ignorância crassa” (significando “suma ignorância”).


O erro crasso é, portanto, diferente do erro comum a que todos estamos sujeitos. O erro crasso é considerado inadmissível para a posição que a pessoa ocupa ou para o grau de capacidade que evidencia.


Ora, esta analogia pode ter tido origem na vida e no erro de estratégia de uma pessoa concreta.

Marcus Licinius Crassus (Marco Licínio Crasso) viveu entre 114 e 53 a.C. e foi um político importante na República Romana, sendo membro do primeiro triunvirato romano ao lado de Pompeu e de Júlio César.


Filho de Publio Licinio Crassus, teve dois filhos: o general Publio Licinio Crassus, morto com ele em Carras, e o questor Marco Licinio Crassus.
Crasso possuía uma enorme fortuna e é considerado o mais rico romano da história de Roma.

Pois este mesmo Crasso decidiu invadir o Império Parta sem o consentimento formal do senado romano. Rejeitando uma oferta de ajuda do rei Artavasdes II da Arménia, resolveu avançar com o seu exército pelo deserto da Mesopotâmia, sem usar o território arménio, para invadir o Reino Parta.

Para tanto reuniu um exército de 35 mil legionários (equivalente a 7 legiões), 4 mil de infantaria leve e 4 mil cavaleiros, incluindo mil cavaleiros gauleses, e partiu para a guerra. Tudo parecia ir correr bem, mas a arrogância custou-lhe não só a vida, sua e a de seu filho, mas ainda a consideração de inteligente.

Marcus Licinius Crassus (114 a.C.-53 a.C.)
 
É que Crasso confiou cegamente em Ariamnes, árabe amigo de Pompeu mas aliado dos Partas e levou o seu exército até as partes mais inóspitas do deserto, sem provisões para uma batalha mais longa e sem exércitos aliados.
Os exércitos adversários encontraram-se próximo à cidade de Carras, na Turquia. O general Cássio aconselhou Crasso a colocar o seu exército na tradicional formação de batalha: infantaria no centro e cavalaria nos flancos. A estratégia foi vista com bons olhos, mas mudou a formação para um quadrado. Essa formação oferecia mais proteção, mas era proporcionalmente mais lenta.

Vários generais pediram para montar acampamento mas não foram ouvidos. Crasso preferiu seguir os desejos de seu filho Publio, que estava ansioso para lutar. Subestimou o exército inimigo, pensando que seria vitorioso rapidamente só por ser romano.
Por causa deste grave erro de estratégia militar cometido em 53 a.C., na batalha de Carras, Crasso perde de maneira vergonhosa. Um erro… crasso!


Está percebido?
A BE deseja a todos um fantástico fim-de-semana sem erro crasso: neste tempo de pandemia da Covid-19, mantenham a distância de segurança e usem sempre a máscara!