Ora
vamos então perceber hoje o que significa e qual a origem da expressão “erro
crasso”.
O
adjetivo crasso (do latim crassu, "grosso"), já utilizado pelo
dramaturgo Plauto (falecido em 184 a.C.), significa, em sentido figurado, “grosseiro”;
quer dizer ainda “grosso; espesso; cerrado; denso; opaco”.
Este
termo, porém, é mais conhecido pelo seu uso nas expressões correntes “erro
crasso” (significando “erro grosseiro”) e “ignorância crassa” (significando “suma
ignorância”).
O
erro crasso é, portanto, diferente do erro comum a que todos estamos sujeitos.
O erro crasso é considerado inadmissível para a posição que a pessoa ocupa ou
para o grau de capacidade que evidencia.
Ora,
esta analogia pode ter tido origem na vida e no erro de estratégia de uma
pessoa concreta.
Marcus
Licinius Crassus (Marco Licínio Crasso) viveu entre 114 e 53 a.C. e foi um
político importante na República Romana, sendo membro do primeiro triunvirato
romano ao lado de Pompeu e de Júlio César.
Filho
de Publio Licinio Crassus, teve dois filhos: o general Publio Licinio Crassus,
morto com ele em Carras, e o questor Marco Licinio Crassus.
Crasso
possuía uma enorme fortuna e é considerado o mais rico romano da história de
Roma.
Pois
este mesmo Crasso decidiu invadir o Império Parta sem o consentimento formal do
senado romano. Rejeitando uma oferta de ajuda do rei Artavasdes II da Arménia, resolveu
avançar com o seu exército pelo deserto da Mesopotâmia, sem usar o território
arménio, para invadir o Reino Parta.
Para
tanto reuniu um exército de 35 mil legionários (equivalente a 7 legiões), 4 mil
de infantaria leve e 4 mil cavaleiros, incluindo mil cavaleiros gauleses, e
partiu para a guerra. Tudo parecia ir correr bem, mas a arrogância custou-lhe
não só a vida, sua e a de seu filho, mas ainda a consideração de inteligente.
Marcus
Licinius Crassus (114 a.C.-53 a.C.) |
É que
Crasso confiou cegamente em Ariamnes, árabe amigo de Pompeu mas aliado dos
Partas e levou o seu exército até as partes mais inóspitas do deserto, sem
provisões para uma batalha mais longa e sem exércitos aliados.
Os
exércitos adversários encontraram-se próximo à cidade de Carras, na Turquia. O
general Cássio aconselhou Crasso a colocar o seu exército na tradicional
formação de batalha: infantaria no centro e cavalaria nos flancos. A estratégia
foi vista com bons olhos, mas mudou a formação para um quadrado. Essa formação
oferecia mais proteção, mas era proporcionalmente mais lenta.
Vários
generais pediram para montar acampamento mas não foram ouvidos. Crasso preferiu
seguir os desejos de seu filho Publio, que estava ansioso para lutar. Subestimou
o exército inimigo, pensando que seria vitorioso rapidamente só por ser romano.
Por
causa deste grave erro de estratégia militar cometido em 53 a.C., na batalha de
Carras, Crasso perde de maneira vergonhosa. Um erro… crasso!
Está
percebido?
A BE
deseja a todos um fantástico fim-de-semana sem erro crasso: neste tempo de
pandemia da Covid-19, mantenham a distância de segurança e usem sempre a
máscara!