E vamos a mais um episódio de Bibliotecas do Mundo!
Esta é uma biblioteca muito especial. Porquê?
Em 10 MINUTOS A LER, vamos descobrir.
O Real Gabinete Português de Leitura é uma biblioteca
e instituição cultural lusófona e situa-se no centro da cidade do Rio de
Janeiro, no Brasil, na rua Luís de Camões, número 30.
A instituição Gabinete Português de Leitura foi
fundada a 14 de maio de 1837 por um grupo de quarenta e três imigrantes
portugueses, refugiados políticos, reunidos na casa do Dr. António José Coelho
Lousada, na antiga rua Direita (hoje rua Primeiro de Março), número 20, para a
promoção da cultura entre a comunidade portuguesa na então capital do Brasil,
sendo mesmo a primeira associação desta comunidade na cidade.
O edifício da atual sede, projetado pelo arquiteto
português Rafael da Silva e Castro, foi erguido entre 1880 e 1887 em estilo
neomanuelino, evocando o exuberante estilo gótico-renascentista vigente à época
dos Descobrimentos portugueses, denominado Manuelino por haver coincidido com o
reinado de D. Manuel I, rei de Portugal entre 1495 e 1521.
O Imperador D. Pedro II (1831-1889) do Brasil lançou a
primeira pedra do edifício em 10 de junho de 1880, e sua filha, a Princesa
Isabel, junto com seu marido, o Conde d'Eu, inauguraram-no em 10 de setembro de
1887 sendo orador convidado o escritor português Ramalho Ortigão.
Ramalho Ortigão (1836-1915) |
A fachada, inspirada no Mosteiro dos Jerónimos de
Lisboa, foi trabalhada por Germano José Salle em pedra de lioz em Lisboa e
trazida de navio para o Rio de Janeiro.
As quatro estátuas que apresenta
retratam Pedro Álvares Cabral, Luís de Camões, Infante D. Henrique e Vasco da
Gama. Os medalhões da fachada retratam os escritores Fernão Lopes, Gil Vicente,
Alexandre Herculano e Almeida Garrett.
O interior também é em estilo neomanuelino como é bem
visível nas portadas, nas estantes de madeira para os livros e em alguns monumentos
comemorativos.
O Salão de Leitura tem um belo candelabro, uma claraboia em
estrutura de ferro (primeiro exemplar desse tipo de arquitetura no Brasil) e um
belíssimo monumento adquirido em 1923, em prata, marfim e mármore, chamado o “Altar
da Pátria”, com 1,7 metros de altura, que celebra a época dos descobrimentos e
que foi produzido no Porto, na Casa Reis & Filhos, pelo ourives António
Maria Ribeiro.
Aberta ao público em geral desde 1900, a biblioteca do
Real Gabinete Português de Leitura, verdadeira joia da cidade do Rio de
Janeiro, possui a maior coleção de obras portuguesas fora de Portugal.
Entre os cerca de 350 000 volumes, nacionais e estrangeiros, encontram-se obras raras como um exemplar da edição "princeps" (primeira edição de uma obra) de “Os Lusíadas” de Camões (1572) que pertenceu à "Companhia de Jesus", as "Ordenações de Dom Manuel" por Jacob Cromberger (1521), os “Capitolos de Cortes e Leys que sobre alguns delles fizeram” (1539) ou a “Verdadeira informaçam das terras do Preste Joam, segundo vio e escreveo ho padre Francisco Alvarez” (1540).
Entre os cerca de 350 000 volumes, nacionais e estrangeiros, encontram-se obras raras como um exemplar da edição "princeps" (primeira edição de uma obra) de “Os Lusíadas” de Camões (1572) que pertenceu à "Companhia de Jesus", as "Ordenações de Dom Manuel" por Jacob Cromberger (1521), os “Capitolos de Cortes e Leys que sobre alguns delles fizeram” (1539) ou a “Verdadeira informaçam das terras do Preste Joam, segundo vio e escreveo ho padre Francisco Alvarez” (1540).
Aliás, desde 15 de março de 1935, pelo decreto n.º 25.134, o
governo português concedeu ao Real Gabinete o benefício de receber de todos os
editores portugueses um exemplar das obras por eles impressas (sendo a única
instituição, fora do território português, a ter este privilégio) o que permite
uma atualização permanente da biblioteca em termos do que se edita em Portugal.
Em 1906 o rei D. Carlos de Portugal atribui o título
de “Real” ao Gabinete e realiza-se, no Salão dos Brasões, uma grande exposição
de pinturas de José Malhoa, a cuja inauguração comparece Francisco de Paula
Rodrigues Alves, quinto Presidente do Brasil (1902-1906).
No primeiro dia da
exposição, dos 125 quadros apresentados foram vendidos 26, sendo que um deles,
“O sonho do Infante”, foi adquirido para ficar no Real Gabinete. No seu espólio
consta também uma importante coleção de pinturas de Carlos Reis, Oswaldo
Teixeira, Eduardo Malta e Henrique Medina.
Esta instituição já foi agraciada com diversas honras:
Oficial da Ordem Militar de Cristo (5 de julho de 1946), Comendador da Ordem de
Benemerência (19 de agosto de 1947) Membro-Honorário da Ordem Militar de Cristo
(9 de abril de 1981) e Membro-Honorário da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada
(13 de julho de 1990).
E se lá fossemos agora?
Pois é só clicar…