Esta semana celebramos o aniversário de Florbela Espanca. A poetisa e
contista nasceu a 8 de dezembro de 1894. Faleceu aos 36 anos, no mesmo dia em
que nasceu.
O seu nome era Flor Bela de Alma da Conceição Espanca e nasceu em Vila
Viçosa em 1984. Filha ilegítima só postumamente foi reconhecida pelo pai, homem
da burguesia. Desde menina, Florbela, vive de forma intensa e dramática. Serão
sempre as emoções, os sentimentos, matéria da sua poesia, escrita intuitiva e
reveladora do mais íntimo de si. Escreve o primeiro poema aos oito anos e, aos
vinte cinco, publica o primeiro livro. Chamou-lhe "Livro de Mágoas"
porque lá dentro já revelava tristezas da sua vida. Foi das poucas mulheres a
estudar Direito na Faculdade de Lisboa e, sempre que lhe apetecia, usava
calças, indumentária exclusiva do sexo masculino.
Florbela Espanca é a poetisa do soneto, com versos que falam de amor,
sofrimento, saudade e solidão.
Ser poeta é ser mais
alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
é condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
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