Este
episódio de Bibliotecas do Mundo é verdadeiramente deslumbrante: a Biblioteca
Pública de Stuttgard, na Alemanha.
Por
fora, é um impressionante cubo cinza claro de nove andares com comprimento de
aresta de cerca de 45 metros e revestido a tijolos de vidro fosco.
À primeira
vista, faz lembrar o Cubo de Erno Rubik, mas implantado numa área de 3201 m²
Esta
é a fachada exterior que cobre, como uma capa, outro cubo, permitindo uma
galeria entre ambas.
No
interior deste segundo cubo, no centro do edifício, referido por muitos como “o
coração vazio” da biblioteca, e iluminado por uma abertura zenital central, uma
enorme sala em forma de cubo. No centro desta, uma pequena fonte de 1m² de
onde, de forma constante, brota água.
Como nem só de livros vive uma
biblioteca, é sobretudo neste espaço que são oferecidas várias atividades
culturais tais como leituras, palestras, workshops, concertos, painéis de discussão
e exposições, entre muitas outras.
Podendo-se
subir pelos quatro lados do cubo, o acesso aos nove andares faz-se através de
elevadores, embora disponha de escadas na fachada interna ligando os pisos de
forma fluída.
A
uniformidade, a simetria, a cor branca, a utilização de mosaicos de vidro e a
racionalidade do design são alguns dos elementos que caracterizam este edifício.
A
sala de leitura é um espaço de cinco pisos, a contar a partir do quarto andar, de
forma quadrada e cercada por prateleiras cheias de livros que, em conjunto com
os sofás azuis, introduzem episódica cor no branco imaculado dominante.
Na
realidade a sala de leitura é composta por várias salas temáticas e vários
níveis com materiais (livros e tecnologia) em diversos idiomas.
A circulação
interna é organizada numa aparente espiral entre as áreas de leitura, projetada
para serem passeios fluídos inundados de luz devido à claraboia original de
vidro do teto. O acesso às diferentes salas é garantido pelas escadas que estão
dispostas de tal forma que o visitante nunca perde de vista o centro do
edifício.
O
primeiro nível alberga, além de uma biblioteca musical, uma sala de literatura
infantil com um armazém de mais de 50 mil livros para deleite dos pequenos
leitores.
Esta sala, sem abandonar o branco que caracteriza todo o edifício,
está decorada com móveis e almofadas de várias cores.
O verde, o amarelo e o
laranja são algumas das tonalidade que convertem este espaço num lugar
acolhedor para os mais pequenos. Os desenhos nas paredes ajudam a criar um
ambiente muito mais de acordo com o público a que está destinado.
No
penúltimo andar existe o Café LesBar, a partir do qual é possível aceder ao
último andar do edifício, de onde se pode observar Stuttgart em 360 graus.
Além
destes dois grandes espaços acima do solo existe ainda o Fórum, uma terceira
sala central localizada abaixo do coração da biblioteca. Este é também um espaço
de eventos que está muito próximo da linha férrea que atravessa os dois pisos
subterrâneos.
À
noite o prédio fica todo iluminado com a cor azul embora permita algumas
variantes.
Inaugurada
em outubro de 2011, com um custo de 79 milhões de euros, a Biblioteca Pública
de Stuttgart funciona nos moldes de um centro cultural. Projetada pelo
escritório de arquitetura do coreano Eun Young Yi, a Biblioteca atrai e
surpreende não só pela qualidade dos espaços interiores e linguagem arquitetónica
mas também pela larga oferta de meios digitais, tecnológicos e serviços e pela forma
como o acervo é tratado.
Por isso, é também conhecida como Biblioteca 21 (do
século XXI). À coleção de livros somam-se também DVD e CD de conteúdo interativo
perto de cadeirões de estilo original com tomadas para ligar computadores e
telemóveis.
Encontramos também colunas que trazem incorporadas ecrãs tácteis
para a visualização e descarregamento de materiais digitais. Sem abandonar a
tradição do livro impresso, abre-se a porta às novas tecnologias, criando um
espaço contemporâneo para o prazer da leitura.
Verdadeiramente,
uma bela e confortável biblioteca…