21 de maio de 2020

Posted by Biblioteca de E.B.2,3 de Paço de Sousa in | maio 21, 2020
Biblioteca Alexandrina

E continuamos com a nossa rubrica Bibliotecas do Mundo!
Estas casas guardam livros que só esperam que alguém os abra… e leia!
E que tal, 10 minutos a ler? Vamos lá!
Claro que nos referimos à nova Biblioteca de Alexandria. 


Mas, não esqueçamos como tudo começou…
A Biblioteca de Alexandria foi uma das mais importantes e célebres bibliotecas da Idade Antiga, estabelecida durante o século III a.C. na cidade egípcia com o mesmo nome.


Pelo que conta a história, a ideia de sua criação deve ter sido de Demétrio de Faleros, um estadista ateniense exilado, ao faraó do Egito e fundador da dinastia ptolemaica, Ptolemeu I Sóter, que, tal como o seu antecessor, Alexandre Magno, buscava promover a difusão da cultura helenística.


Não se sabe exatamente quantos obras ela tinha em depósito mas estima-se que tenha chegado a abrigar entre trinta mil e setecentos mil volumes literários, académicos e religiosos, em papiros e códices. 


Porém, ao longo dos séculos, com invasões, quedas de impérios, incêndios e convulsões políticas, a Biblioteca de Alexandria foi desaparecendo restando, por fim, apenas uma mera lembrança.


A ideia de reviver a antiga Biblioteca de Alexandria na era contemporânea foi proposta pela primeira vez em 1974, durante o mandato de Nabil Lotfy Dowidar como presidente da Universidade de Alexandria.

Em maio de 1986, o governo egípcio solicitou que o Conselho Executivo da Unesco autorizasse esse organismo intergovernamental a realizar um estudo de viabilidade para o projeto. Isso marcou o início do envolvimento da Unesco e da comunidade internacional na tentativa de concretizar a sua construção. 

E assim, a partir de 1988, a Unesco e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento organizaram um concurso internacional de arquitetura, a fim de selecionar um projeto para uma nova biblioteca.


O governo egípcio destinou quatro hectares de terra à sua construção e estabeleceu o Alto Comissariado Nacional para a Biblioteca de Alexandria. O presidente egípcio de então, Hosni Mubarak, envolveu-se pessoalmente no projeto, e isso contribuiu grandemente para o seu avanço.

O concurso foi ganho pelo gabinete norueguês Snøhetta que, entre mais de 1400 concorrentes, se destacou pelo seu projeto ousado e grandioso. A construção começou em 1995 e durou sete anos.


Concluída em 2002, a chamada Biblioteca Alexandrina, um conjunto formado por museus, auditórios, laboratórios e um planetário, é a maior do Egito e custou cerca de 200 milhões de euros. 

Ela funciona como uma moderna biblioteca e centro cultural, e, à semelhança da missão da Biblioteca de Alexandria da Antiguidade, também abriga a Escola Internacional de Ciência da Informação, uma instituição cujo objetivo é formar profissionais para bibliotecas do Egito e de outros países do Oriente Médio.


A sala de leitura principal estende-se por mais de 20 mil metros quadrados, totalmente coberta por uma cúpula de vidro com 120 metros de diâmetro. 


O design em concreto e vidro, com as paredes exteriores marcadas com caracteres de diferentes línguas encontradas em mais de 120 manuscritos antigos, foi muito elogiado pelos arquitetos de todo o mundo. Dispostas em fileiras, as letras representam as bases fundamentais do conhecimento. 



A biblioteca abriga uma extensa coleção de livros raros (doados por governos internacionais e por diversos intelectuais), pinturas e esculturas, com mais de 15 exposições permanentes e quatro museus: o Museu de Antiguidades, o Museu de Manuscritos, o Museu de Sadat e o Museu da Ciência. 

No local estão ainda guardados dez mil livros raros, cem mil manuscritos, 300 mil títulos de publicações periódicas, 200 mil cassetes áudio e 50 mil de vídeo. No total podem trabalhar na Biblioteca Alexandrina cerca de 3500 investigadores em 200 salas de estudo distribuídas por onze pisos, sete à superfície e quatro subterrâneos.


O edifício principal da Biblioteca Alexandrina parece um gigantesco cilindro inclinado. A maior parte do interior do cilindro é ocupada por uma sala de leitura aberta, com o piso em vários níveis. No subsolo há espaço suficiente para 8 milhões de volumes. 


A entrada é feita pelo Triângulo de Calímaco, uma varanda de vidro triangular assim chamada em homenagem ao bibliotecário que sistematizou os 500 mil livros da antiga biblioteca.
Vamos entrar?