Biblioteca Alexandrina |
E continuamos com a nossa rubrica Bibliotecas do
Mundo!
Estas casas guardam livros que só esperam que alguém
os abra… e leia!
E que tal, 10 minutos a ler? Vamos lá!
Claro que nos referimos à nova Biblioteca de
Alexandria.
Mas, não esqueçamos como tudo começou…
A Biblioteca de Alexandria foi uma das mais
importantes e célebres bibliotecas da Idade Antiga, estabelecida durante o
século III a.C. na cidade egípcia com o mesmo nome.
Pelo que conta a história, a ideia de sua criação deve
ter sido de Demétrio de Faleros, um estadista ateniense exilado, ao faraó do
Egito e fundador da dinastia ptolemaica, Ptolemeu I Sóter, que, tal como o seu
antecessor, Alexandre Magno, buscava promover a difusão da cultura helenística.
Não se sabe exatamente quantos obras ela tinha em
depósito mas estima-se que tenha chegado a abrigar entre trinta mil e setecentos
mil volumes literários, académicos e religiosos, em papiros e códices.
Porém,
ao longo dos séculos, com invasões, quedas de impérios, incêndios e convulsões
políticas, a Biblioteca de Alexandria foi desaparecendo restando, por fim, apenas
uma mera lembrança.
A ideia de reviver a antiga Biblioteca de Alexandria
na era contemporânea foi proposta pela primeira vez em 1974, durante o mandato
de Nabil Lotfy Dowidar como presidente da Universidade de Alexandria.
Em maio de 1986, o governo egípcio solicitou que o
Conselho Executivo da Unesco autorizasse esse organismo intergovernamental a
realizar um estudo de viabilidade para o projeto. Isso marcou o início do
envolvimento da Unesco e da comunidade internacional na tentativa de concretizar
a sua construção.
E assim, a partir de 1988, a Unesco e o Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento organizaram um concurso internacional de
arquitetura, a fim de selecionar um projeto para uma nova biblioteca.
O governo egípcio destinou quatro hectares de terra à
sua construção e estabeleceu o Alto Comissariado Nacional para a Biblioteca de
Alexandria. O presidente egípcio de então, Hosni Mubarak, envolveu-se
pessoalmente no projeto, e isso contribuiu grandemente para o seu avanço.
O
concurso foi ganho pelo gabinete norueguês Snøhetta que, entre mais de 1400
concorrentes, se destacou pelo seu projeto ousado e grandioso. A construção começou
em 1995 e durou sete anos.
Concluída em 2002, a chamada Biblioteca Alexandrina, um
conjunto formado por museus, auditórios, laboratórios e um planetário, é a
maior do Egito e custou cerca de 200 milhões de euros.
Ela funciona como uma
moderna biblioteca e centro cultural, e, à semelhança da missão da Biblioteca
de Alexandria da Antiguidade, também abriga a Escola Internacional de Ciência
da Informação, uma instituição cujo objetivo é formar profissionais para
bibliotecas do Egito e de outros países do Oriente Médio.
A sala de leitura principal estende-se por mais de 20
mil metros quadrados, totalmente coberta por uma cúpula de vidro com 120 metros
de diâmetro.
O design em concreto e vidro, com as paredes exteriores marcadas
com caracteres de diferentes línguas encontradas em mais de 120 manuscritos
antigos, foi muito elogiado pelos arquitetos de todo o mundo. Dispostas em
fileiras, as letras representam as bases fundamentais do conhecimento.
A biblioteca
abriga uma extensa coleção de livros raros (doados por governos internacionais
e por diversos intelectuais), pinturas e esculturas, com mais de 15 exposições permanentes
e quatro museus: o Museu de Antiguidades, o Museu de Manuscritos, o Museu de
Sadat e o Museu da Ciência.
No local estão ainda guardados dez mil livros
raros, cem mil manuscritos, 300 mil títulos de publicações periódicas, 200 mil
cassetes áudio e 50 mil de vídeo. No total podem trabalhar na Biblioteca Alexandrina
cerca de 3500 investigadores em 200 salas de estudo distribuídas por onze
pisos, sete à superfície e quatro subterrâneos.
O edifício principal da Biblioteca Alexandrina parece
um gigantesco cilindro inclinado. A maior parte do interior do cilindro é
ocupada por uma sala de leitura aberta, com o piso em vários níveis. No subsolo
há espaço suficiente para 8 milhões de volumes.
A entrada é feita pelo
Triângulo de Calímaco, uma varanda de vidro triangular assim chamada em
homenagem ao bibliotecário que sistematizou os 500 mil livros da antiga
biblioteca.
Vamos entrar?