29 de abril de 2020

Posted by Biblioteca de E.B.2,3 de Paço de Sousa in | abril 29, 2020

O Dia Mundial da Dança celebra-se todos os anos a 29 de abril
A data foi escolhida em 1982 pelo Comité Internacional da Dança (CID) da UNESCO, lembrando o nascimento de Jean-Georges Noverre, que nasceu neste dia em 1727 e que foi um dos grandes nomes mundiais da dança.
A celebração deste dia tem como objetivo lembrar a importância desta arte e mostrar a sua universalidade, livre de barreiras políticas, culturais ou éticas.



Porque dançar é próprio do corpo que se movimenta, que se apropria do espaço porque o preenche.

Uma grande dançarina norte-americana, Isadora Duncan (1877-1927), dizia:

"Dançar é sentir, sentir é sofrer, sofrer é amar... Tu amas, sofres e sentes. Dança!"
E um grande escritor francês, Charles Baudelaire (1821-1867), lembrava:


"A dança consegue revelar tudo o que a música esconde misteriosamente, tendo mais mérito de ser humana e palpável. A dança é poesia com braços e pernas, é a matéria, graciosa e terrível, animada, embelezada pelo movimento". 


Jean-Georges Noverre (1727-1810) foi bailarino e professor de dança francês...


... e destacou-se na história da dança por ter escrito um conjunto de cartas sobre a dança da sua época.
E qual foi a novidade que ele trouxe a esta arte?

Ele incentivou os seus alunos a irem para as ruas, para os mercados e para as oficinas para que estudassem os movimentos das pessoas comuns, em vez de copiarem os modos corteses de príncipes e cortesãos. 


Dizendo de outra forma, ele queria que a dança se tornasse mais natural, mais próxima do homem comum, mais livre e autêntica!



Qual de nós nunca dançou? Se temos corpo, braços, pernas, cabeça… vamos lá!
E agora que estamos há tanto tempo em casa, é preciso mexer, saltar, rodopiar...
É uma tal sensação de liberdade…

E por falar do corpo que dança, vamos terminar com Mário Cesariny (1923-2006), in "Pena Capital":


Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto    tão perto    tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro

em todas as ruas te perco