Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores nomes da poesia brasileira
do século XX, nasceu a 31 de outubro de 1902, em Itabira, no estado de Minas
Gerais.
Era filho de proprietários rurais. Iniciou os estudos na sua cidade natal e
em 1916 ingressou num colégio interno em Belo Horizonte. Doente regressou para
Itabira onde passou a ter aulas particulares. Em 1923, por insistência da sua família, Drummond matriculou-se no curso
de Farmácia da Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte. Em 1925
concluiu o curso, mas nunca exerceu a profissão. Nesse mesmo ano, fundou A
Revista, que se tornou um veículo de afirmação do Modernismo Mineiro.
Carlos Drummond de Andrade foi poeta, cronista,
contista e tradutor. A sua obra traduz a visão de um individualista
comprometido com a realidade social. Em 1928, Drummond publicou o poema No
Meio do Caminho, na “Revista de Antropofagia” de São Paulo, provocando
um escândalo com a crítica da imprensa. Diziam que aquilo não era poesia e sim
uma provocação pela repetição do poema, como também pelo uso de "tinha uma
pedra" em lugar de "havia uma pedra":
No Meio do Caminho
No meio do caminho tinha
uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Carlos
Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto de 1987.