Agustina Ferreira Teixeira Bessa, um dos nomes maiores da literatura portuguesa contemporânea, nasceu a 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, no município de Amarante. Foi nessa zona que passou a sua infância rodeada pelos livros da biblioteca do avô Lourenço. O seu pai, o empresário Arthur Teixeira de Bessa, era gerente do Casino da Póvoa de Varzim (um dos mais antigos de Portugal) e a sua mãe, Laura Jurado Ferreira, tinha origem espanhola e mau feitio. José Artur, o seu único irmão, não lhe fazia grande companhia. “Ser irmã dum único irmão é muito solitário”. Aprendeu a ler aos 4 anos e os livros passaram a ser um escape à solidão. Numa entrevista, Agustina referiu que quando aprendeu a ler ”no mundo, fez-se luz e passei a compreender tudo”. Vila Meã e sobretudo o ambiente e a paisagem desse lugar, marcaram fortemente a sua obra e, por isso, há um pouco de si e da sua infância em todas as suas obras. Aliás, a autora refere que a sua escrita “é uma confissão espontânea que coloco no papel”.
Agustina tinha três paixões: o cinema, a escrita e o seu marido que, curiosamente, conheceu através de um anúncio que publicou no jornal Primeiro de Janeiro: ”Jovem instruída procura correspondência com pessoa inteligente e culta”. Alberto Luís era estudante de Direito em Coimbra. Casaram um ano depois.
Em 2010, Agustina Bessa-Luís foi a escritora homenageada pela “Escritaria”, em Penafiel. Com mais de 50 livros publicados, Agustina, por razões de saúde, encontrava-se afastada da vida pública há duas décadas, quando faleceu aos 96 anos, a 3 de junho de 2019, no Porto.
Na tua Biblioteca Escolar podes encontrar várias da autora que nasceu há mais de 100 anos.