A BE resolveu
destacar, como Autor do Mês, uma mulher, escritora e tradutora de origem
judaica, com uma história de vida longa e muito acidentada: Ilse Lieblich Losa.
Nascida em Melle-Buer,
perto de Hannover, na Alemanha, a 20 de março de 1913, filha de Artur Lieblich, frequentou o liceu em
Osnabrück e Hildesheim e, mais tarde, um instituto comercial em Hannover.
Ameaçada pela
Gestapo de ser enviada para um campo de concentração devido à sua origem
judaica, abandona o seu país natal em 1930, com a mãe e os irmãos, Ernest e Fritz, deslocando-se primeiro para Inglaterra, onde teve contactos
com escolas infantis e com os problemas das crianças, chegando a Portugal em
1934. Fixando-se na cidade do Porto casa,
em 1935, com o arquiteto Arménio Taveira
Losa, tendo adquirido a nacionalidade portuguesa.
Em 1938 nasce
a sua primeira filha, Alexandra Lieblich
Losa e em 1943, ano em que nasce a sua segunda filha, Margarida Lieblich Losa, publica o seu primeiro livro, "O
mundo em que vivi".
Desde essa
altura dedica a sua vida à tradução e à literatura infanto-juvenil, sendo
galardoada, em 1984, com o Grande Prémio
Gulbenkian pelo conjunto da sua obra dirigida às crianças. Em 1998 recebe o
Grande Prémio de Crónica, da
Associação Portuguesa de Escritores, devido à sua obra “À Flor do Tempo”.
Colaboradora
em diversos jornais e revistas, em Portugal e na Alemanha, está representada em
várias antologias de autores portugueses, tendo colaborado na tradução de obras
portuguesas publicadas na Alemanha. Também traduziu, do alemão para português,
alguns dos mais consagrados autores, sendo de salientar o "Diário de Anne
Frank".
A 9 de junho
de 1995 é feita Comendadora da Ordem do
Infante D. Henrique, falecendo, com 92
anos de idade, a 6 de janeiro de 2006, na cidade do Porto.
Na nossa BE
existem várias das muitas obras escritas por ela:
O Mundo em Que Vivi (1943)
Silka (1989)
Faísca Conta a Sua História (1949)
Um Fidalgo de Pernas Curtas (1958)
O Príncipe Nabo (1962)
Beatriz e o Plátano (1976)
O Quadro Roubado (1976)
João e Guida (1977)
A minha melhor história (1979)
Na quinta das cerejeiras (1984)
Ana-Ana ou uma coisa nunca vista (1986)
Colocadas nas estantes,
esperam que alguém as descubra, folheie as suas páginas… e comece a ler.
Serás tu?