Neste dia tão importante para todos os portugueses, a professora Margarida Paula Moreira, do grupo disciplinar de História da nossa EB 2/3, quis partilhar...
"Uma espécie de Comemoração...
Tivesse eu
engenho e arte para homenagear o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Portuguesas. Assim, terei de usar as palavras dos que foram capazes de o fazer.
Quando penso em Portugal, Pátria que muito amo, recordo o poema de Fernando Pessoa:
Quando penso em Portugal, Pátria que muito amo, recordo o poema de Fernando Pessoa:
quanto do teu
sal
são lágrimas de
Portugal!
Por te
cruzarmos,
quantas mães
choraram,
quantos filhos
em vão rezaram!
Quantas noivas
ficaram por casar
para que fosses
nosso, ó mar!
Valeu a pena?
Tudo vale a pena
se a alma não é pequena. (...)”.
Luís Vaz de Camões (1524-1580) |
é ser maior do
que os homens! (...)
É ter de mil
desejos o esplendor,
é não saber
sequer que se deseja!
É ter cá dentro
um astro que flameja.
É ter garras e
asas de condor. (…)”.
Em relação às
Comunidades Portuguesas ocorre-me a letra da canção “Um Português (mala de
cartão)” da Linda de Suza:
Um Português
deixou assim seu Portugal
Como tantos outros,
ele não perdeu a esperança
O Português que
deixou seu Portugal!
(...)
Ele canta fados
tristes e tradicionais
O Português que
deixou seu Portugal
E como aqui a
chuva para ele é demais
Ele vai pensando
ao sol do seu país natal!
(...)”.
Mas comemorar é aprender
Dia 10 de junho
é Dia de Portugal. É dia de recordar os grandes feitos dos nossos antepassados,
nomeadamente a grande Aventura da Expansão Marítima.
D. Afonso Henriques (1109?-1185) |
Também é dia das Comunidades Portuguesas espalhadas pelo Mundo.
É dia de lembrarmos o Império e os Tempos atuais. “A História não se repete mas rima...”
Luís Vaz de Camões (1524-1580) |
A Vida de Luís de Camões
A sua vida está
envolta em múltiplos mistérios e, segundo os estudiosos de Camões, são mais as
incertezas do que as verdades irrefutáveis.
Diz-se que terá nascido em Chaves em 1524. Diz-se que a sua imensa cultura foi adquirida em Coimbra, no entanto, não há certezas.
Diz-se que terá nascido em Chaves em 1524. Diz-se que a sua imensa cultura foi adquirida em Coimbra, no entanto, não há certezas.
Luís de Camões e o Amor
Muitos foram os
poemas que dedicou às mulheres com quem se cruzou. A sua obra lírica assim o
demonstra. Algumas das mulheres por quem Camões se perdeu de amores:
- D. Maria, irmã
do rei D. João III. Diz-se que viveram um amor platónico devido às diferenças sociais
que os separavam;
- Violante, esposa
de D. Francisco de Noronha, um fidalgo para quem Camões terá trabalhado;
- Dona Joana,
filha mais velha do casal, poderá ter sido mais um dos amores do poeta;
- Catarina de Ataíde, uma das damas da rainha terá caído nos braços do poeta e este escreveu-lhe versos.
- Catarina de Ataíde, uma das damas da rainha terá caído nos braços do poeta e este escreveu-lhe versos.
Há quem diga que
a carteira vazia do poeta estava vazia devido à sua desorganização, má gestão e
à vida leviana que levava. A pensão que recebia era razoável para a época e
poderia servir para viver uma vida confortável. Isto se o pagamento acontecesse
a horas.
Mas D. Sebastião não cumpria com as datas de pagamento pelo que o dinheiro do poeta esgotava. Em 1578 a situação piorou com a morte do rei, a crise de sucessão e a subida ao trono de Filipe II de Espanha.
Mas D. Sebastião não cumpria com as datas de pagamento pelo que o dinheiro do poeta esgotava. Em 1578 a situação piorou com a morte do rei, a crise de sucessão e a subida ao trono de Filipe II de Espanha.
A
morte de Camões
Por
volta de 1579 a sua saúde deteriorou-se gravemente: se a peste lhe atacava o
corpo, a perda da independência portuguesa corroía-lhe a alma e a sua desilusão
era tão grande que terá dito:
“Enfim
acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria que não só
me contentei de morrer nela, mas com ela.”
Diz-se
que terá morrido na miséria e sem a consideração que merecia.
Camões por Fernão Gomes, cópia de Luís de Resende, supostamente o seu retrato mais fiel. |
D.
Gonçalo Coutinho, um fidalgo que mantinha amizade com o poeta, mandou construir
uma lápide de mármore na Igreja de Santa Ana. O amigo do poeta mandou gravar as
palavras “Aqui jaz Luís de Camões. Príncipe dos poetas do seu tempo.
Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu, no ano de 1579”.
Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu, no ano de 1579”.
Porém,
a data verdadeira da sua morte terá sido descoberta quando os historiadores
tiveram acesso ao documento que Filipe I de Portugal entregou à mãe de Camões,
onde a morte do poeta é datada em 1580.
Durante
175 anos o corpo de Camões ficou sepultado na Igreja de Santa Ana até que o
terramoto de 1755 destruiu o túmulo. Em 1854, Rodrigo da Fonseca, ministro do
Reino, nomeou uma comissão que tinha como missão encontrar a sepultura do
Poeta.
Assim, no século XIX, Camões foi trasladado para o Mosteiro dos Jerónimos, para a Ala Sul do Mosteiro, enquanto a Ala Norte é reservada a Vasco da Gama – um herói em “Os Lusíadas”.
Camões em Goa, 1581 |
Assim, no século XIX, Camões foi trasladado para o Mosteiro dos Jerónimos, para a Ala Sul do Mosteiro, enquanto a Ala Norte é reservada a Vasco da Gama – um herói em “Os Lusíadas”.
O
Panteão Nacional também detém uma arca tumular sem corpo como homenagem ao
Poeta.