19 de maio de 2023

Posted by Biblioteca de E.B.2,3 de Paço de Sousa in | maio 19, 2023

 


“A vida mágica da sementinha” é um dos livros mais conhecido deste escritor, nascido em Vila Franca de Xira a 29 de dezembro de 1911



António Alves Redol, criado no Ribatejo, presencia desde muito cedo as precárias condições de vida do homem rural, o que mais tarde irá refletir de forma preponderante na sua escrita. Tendo como pano de fundo o contexto de duras condições de vida, surge o Neorrealismo, uma literatura de cunho político, que se opõe, veementemente, à opressão dos regimes totalitários. Pois Alves Redol é considerado um dos expoentes máximos do Neorrealismo português.

 


Filho de um pequeno comerciante de pequeno porte, sonhou ser médico, mas, influenciado pelo avô e dada a admiração que foi nutrindo pelos jornalistas e escritores, passou a desejar uma vida dedicada às letras. Assim, por volta dos 14 anos, começou a enviar textos para os jornais. 



É o início da sua vida literária, conciliando sempre o trabalho operário com a escrita. Morrerá em Lisboa, com 57 anos, a 29 de novembro de 1969.

 




Alves Redol recebeu duras críticas pelo fato de a sua obra abordar personagens, temas e situações que não eram explorados pela literatura do seu tempo e de utilizar uma linguagem simples que incorporava a fala das personagens de acordo com o ambiente em que viviam. Por isso, na apresentação de “Gaibéus”, ele próprio diz:

“Este romance não pretende ficar na literatura como obra de arte. Quer ser, antes de tudo, um documentário humano fixado no Ribatejo. Depois disso, será o que os outros entenderem".



Alves Redol expressa também o seu orgulho e prazer em exercer a sua profissão:

“Se algum dia alguém me perguntasse que aprendizagem deveria um jovem fazer para chegar a romancista, se o ofício se ensinasse, eu diria que enquanto a vida lhe não desse todas as voltas e reviravoltas, amores, sofrimentos, repúdios, sonhos, frustrações, equívocos, etc., etc., (...) seria avisado que o mandasse ensinar a sapateiro, não para saber deitar tombas e meias solas, porque nem para tanto ele usufruirá, às vezes, com a escrita, mas para que ganhasse o hábito de padecer bem, amarrado ao assunto durante largos anos, antes que provasse o paladar gostoso de algumas horas de pleno prazer.”



Matilde Rosa Araújo, autora de contos e poesias para o público adulto e infantil, diz:

“Julgo que toda obra de Alves Redol vive na raiz de um profundo respeito de amor pelos direitos do Homem. E, necessariamente, pelos direitos da criança.”


É, pois, um autor a conhecer. Como?

Lendo algum dos seus muitos livros:






Romances

·         Gaibéus (1939)

·         Marés (1941)

·         Avieiros (1942)

·         Fanga (1943)

·         Anúncio (1945)

·         Porto Manso (1946)

·         Ciclo Port-Wine:

o    Horizonte Cerrado (1949)

o    Os Homens e as Sombras (1951)

o    Vindima de Sangue (1953)

·         Olhos de Água (1954)

·         A Barca dos Sete Lemes (1958)

·         Uma Fenda na Muralha (1959)

·         Cavalo Espantado (1960)

·         Barranco de cegos (1961)

·         O Muro Branco (1966)

·         Os Reinegros (1972)

Teatro

·         Maria Emília (1945)

·         Forja (1948)

·         O Destino Morreu de Repente (1967)

·         Fronteira Fechada (1972)

Contos

·         Nasci Com Passaporte de Turista (1940)

·         Espólio (1943)

·         Comboio das Seis (1946)

·         Noite Esquecida (1959)

·         Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos (1962)

·         Histórias Afluentes (1963)

·         Três Contos de Dentes Para o Ofício 4001(1968)

Literatura infantil

·         Vida Mágica da Semente (1956)

·         A Flor Vai Ver o Mar (1968)

·         A Flor Vai Pescar Num barco (1968)

·         Uma Flor Chamada Maria (1969)

·         Maria Flor Abre o Livro das Surpresas (1970)

Estudos

·         Glória: Uma Aldeia do Ribatejo (1938)

·         A França: Da Resistência à Renascença (1949)

·         Cancioneiro do Ribatejo (1950)

·         Ribatejo (Em Portugal Maravilhoso) (1952)

·         Romanceiro Geral do Povo Português (1964)

 


Fica o convite. E o desejo… de boas leituras!