Eram duas horas e três minutos
desta madrugada quando, sem que déssemos por isso, nos chegou o outono.
O equinócio de outono assinala o
instante em que o sol, tal como o vemos a partir do nosso planeta, cruza o
plano do equador celeste. É o que se verifica em setembro, no hemisfério norte,
e em março, no hemisfério sul.
Foi o segundo e último equinócio de
2022. Duas vezes por ano, o sol não escolhe favoritos. Todos no planeta Terra
estão assim, aparentemente, na mesma situação - pelo menos quando se trata da
quantidade de dia e de noite.
Vamos esclarecer: as pessoas próximas
do equador têm dias de cerca de doze horas e noites de cerca de doze horas
durante todo o ano, pelo que não notarão grande coisa. Mas as pessoas que
habitam perto dos polos, em lugares como o Alasca, as partes norte do Canadá ou
na Escandinávia, passam todos os anos por grandes diferenças na relação dia/noite.
Têm invernos longos e escuros e verões em que a noite mal acontece.
Mas durante os equinócios, todos os
povos e regiões do globo, de polo a polo, podem assistir a uma divisão quase
igual de doze horas de dia e de noite.
Mas então, o que significa "equinócio"?
O termo equinócio provém da palavra
latina equinoxium, que significa “igualdade entre o dia e a noite”.
E quando é que acontece o equinócio de outono?
O momento exato depende do ponto do
hemisfério norte onde se está. Assim, o equinócio chegou à 01:03 UTC (Tempo Universal
Coordenado) de sexta-feira, 23 de setembro, de acordo com a NASA e a
TimeandDate.com, à 01:04 UTC de acordo com os Museus Reais Greenwich (Inglaterra)
e o US National Weather Service, e às 21:03 em Toronto (Canadá) e Washington
(EUA), às 20:03 na Cidade do México e Chicago (EUA) e às 18:03 em San Diego e
Vancouver (oeste do continente americano) mas de 22 de setembro, quinta-feira.
Do lado de cá do Oceano Atlântico,
a mudança da hora coloca-nos na sexta-feira. Por exemplo, para os residentes em
Madrid (Espanha), Berlim (Alemanha) e Cairo (Egito) chegou às 03:03, às 05:03
no Dubai, às 08:03 em Banguecoque (Tailândia) e às 10:03 em Tóquio (Japão).
E isto acontece porquê?
A Terra gira ao longo de uma linha
imaginária, a que se chama eixo, e que vai do Polo Norte ao Polo Sul. É esta
rotação que origina o dia e a noite.
No entanto, o eixo inclina-se a 23,5
graus. Isso faz com que um hemisfério do planeta terra obtenha mais luz solar
do que o outro durante metade do ano de órbita em torno do sol. E é esta
discrepância na luz solar que desencadeia as diferentes estações do ano.
A partir do equinócio do outono, o
sol passará a ser visto abaixo do equador. Porém, apesar do nome, só daqui a três
dias depois é que a duração da noite será exatamente a mesma que a do dia,
pois, devido à refração atmosférica, o sol é sempre visto ligeiramente acima da
sua real posição, adiantando cada amanhecer e atrasando cada anoitecer.
O efeito está no seu máximo em
finais de junho e em finais de dezembro. Estes são os solstícios e têm as
diferenças mais extremas entre o dia e a noite, especialmente perto dos polos. E
é por isso que, do equinócio para o solstício, os dias crescem ou diminuem,
consoante os casos.
A estação do outono traz consigo frio
e chuva embora, de forma geral, as temperaturas sejam amenas. Traz também as
folhas amarelas e os magustos com as deliciosas castanhas. Valha-nos São
Martinho!
A todos, um feliz outono!