1 de junho de 2021

Posted by Biblioteca de E.B.2,3 de Paço de Sousa in | junho 01, 2021

 

E vamos terminar esta rubrica neste ano letivo de 2020/2021 com um grande autor.

José Jorge Letria, jornalista, poeta, dramaturgo, ficcionista e autor de uma vasta obra para crianças e jovens, nasceu em Cascais, em 1951.

Tendo desempenhado, entre 1994 e 2002, as funções de vereador da Cultura no município local, foi distinguido, em junho de 2002, com a Medalha de Honra do Município de Cascais, tendo ainda sido atribuído o seu nome à Escola EB 1 da vila, por si frequentada na infância. Estudou Direito e História na Universidade de Lisboa, sendo pós-graduado em Jornalismo Internacional e Mestre em “Estudos da Paz e da Guerra nas Novas Relações Internacionais” pela Universidade Autónoma de Lisboa. Doutorou-se com distinção em Ciências da Comunicação no ISCTE.

Foi, desde 1970 até dezembro de 2003, redator e editor de jornais como “Diário de Lisboa”, “República”, “Musicalíssimo”, “Diário de Notícias” e “Jornal de Letras”, tendo sido, igualmente, professor de jornalismo, experiência da qual resultou a publicação de três livros sobre a matéria. Foi autor de programas de rádio e de televisão, destacando-se, a esse nível, a sua participação, durante vários anos, na equipa de criadores da “Rua Sésamo”, em Portugal. Foi também correspondente de jornais estrangeiros, autor dos textos do programa “Pastéis de Belém”, na TSF, e autor do ensaio “O Terrorismo e os Media - o Tempo de Antena do Terror”. Foi Vice-Presidente da Direção e da Administração da Casa da Imprensa.

Foi um dos poucos civis que se encontravam ao corrente do levantamento militar de 25 de Abril de 1974, tendo colaborado com os militares na Direção da Emissora Nacional desde 27 de abril desse ano. Foi responsável pela programação musical da estação oficial até meados de 1975. Sobre a sua experiência na madrugada do 25 de Abril publicou, em 1999, o livro “Uma Noite Fez-se Abril”.

Tem livros traduzidos em várias línguas (castelhano, francês, inglês, italiano, coreano, japonês, russo, búlgaro, romeno, húngaro e checo) e está representado em numerosas antologias em Portugal e no estrangeiro.

A sua obra literária foi já distinguida com dois Grandes Prémios da APE (Associação Portuguesa de Escritores) de conto e teatro, com o Prémio Internacional Unesco (França), com o Prémio Aula de Poesia de Barcelona, com o Prémio Plural (México), com o Prémio da Associação Paulista de Críticos de Arte (São Paulo), com um Prémio Gulbenkian, com o Grande Prémio Garrett da Secretaria de Estado da Cultura, com o Prémio Eça de Queirós-Município de Lisboa (duas vezes), com o Prémio Ferreira de Castro de Literatura Infantil (três vezes), com o Prémio “O Ambiente na Literatura Infantil” (três vezes), com o Prémio Garrett, com o Prémio José Régio de Teatro, com o Prémio Camilo Pessanha do IPOR, com o Prémio Nacional de Poesia Nuno Júdice 2007 por “Sobre Retratos” e com o Prémio da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil do Brasil, em 2011, pelo livro “Avô, Conta Outra Vez”, com ilustrações do filho André Letria.

O seu livro para crianças “O Homem que Tinha uma Árvore na Cabeça” integrou, em 2002, a lista “Books and Reading for Intercultural Education”, da União Europeia.

O essencial da sua obra poética encontra-se condensado nos dois volumes da antologia “O Fantasma da Obra”, publicados em 1994 e em 2003.

Foi, antes do 25 de Abril, um dos nomes mais destacados da canção da resistência (com vários discos gravados e centenas de espetáculos realizados, nomeadamente na Galiza e em Madrid, em 1972 e 1973) ao lado de nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e Manuel Freire, tendo sido agraciado, em 1997, com a Ordem da Liberdade pelo Presidente Jorge Sampaio. Em Paris foi-lhe atribuída a medalha da “Internationale des Arts et des Lettres”.

É membro da World Literary Academy. Integrou também, durante seis anos, o Bureau Executivo da Associação dos Eleitos Locais e Regionais da Grande Europa para a Cultura, tendo sido membro da Comissão de Redação do Livro Branco sobre as Políticas Culturais na Europa.

Presidiu, em 2012, ao júri nacional do Prémio Literário da União Europeia, integrando, nessa condição, o júri europeu, em Bruxelas.

É, desde janeiro de 2011, presidente da Direção e presidente do Conselho de Administração da SPA (Sociedade Portuguesa de Autores). Integra, desde abril de 2005, em representação da SPA, o Comité Executivo do Writers and Directors Worldwide. É ainda membro da Direção do Grupo Europeu de Sociedades de Autores (GESAC), com sede em Bruxelas. Assumiu, em abril de 2014, as funções de presidente do Comité Europeu da confederação Mundial das Sociedades de Autores e integra, desde julho de 2017, o Conselho Estratégico da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

Destaque-se o seu importante contributo nos últimos anos para que o direito de autor se implante nos países da lusofonia com a sustentabilidade desejada e merecida. A partir de 2013 foi lançado um projeto de cooperação com os países africanos lusófonos e com Timor Leste que, em 2014 e 2015, teve significativos desenvolvimentos em Angola e em Timor com a passagem da UNAC, em Luanda, a sociedade de gestão coletiva e com a criação em Díli da primeira sociedade de autores nacional e do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos. Deste modo, facultando apoios nas áreas da informática, do direito, dos recursos humanos e outros, a SPA tem vindo a contribuir para que o direito de autor seja uma realidade sólida e com futuro em países onde se fala e escreve o Português.