15 de junho de 2021

Posted by Biblioteca de E.B.2,3 de Paço de Sousa in | junho 15, 2021

O escritor, dramaturgo e guionista de cinema português António Torrado, de seu nome completo António José Freire Torrado, de 81 anos de idade, morreu na sexta-feira, 11 de junho, em Lisboa, na sequência de uma doença neurodegenerativa.

Tinha mais de meio século de dedicação às palavras que transformou em mais de uma centena de livros. “Insinuar mais do que dizer; sugerir mais do que declarar”, foi assim que escreveu mais de uma centena de obras, para todas as idades, mas sempre a pensar nos mais novos.

Nunca perdeu a noção de que “se escreve para o efémero, para o transitório… ” pois “… os leitores estão em trânsito para outros livros”. Ainda assim, tinha pelos livros um amor singular, andando sempre com uma pasta de cabedal debaixo do braço onde trazia livros para oferecer.

Nascido na Rua da Creche, em Lisboa, a 21 de novembro de 1939, António Torrado tinha raízes em Vizela, de onde os pais eram originários. Mas foi por Lisboa que cresceu, no seio de uma família que se dedicava ao pequeno comércio. Foi com a ideia de ajudar o pai que, inicialmente, escolheu estudar Ciências Económicas. Mas, acabou por dar por si em Filosofia — não sem antes ter feito uma breve visita a Direito – tendo-se licenciado pela Universidade de Coimbra.

Acabaria por se ver entre palavras e daí até estar a escrever foi um passo. Começou no Diário Popular, passando depois para A Capital.

Foi o primeiro autor a receber o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens.

Foi também um editor de mão-cheia: fundou e dirigiu a Plátano, além de ter criado a editora Comunicação, de livros de bolso muito voltados para os estudos académicos.

No campo do ensino, está entre os fundadores do Externato Fernão Mendes Pinto, em 1968, criado por um grupo de professores que não estavam satisfeitos com as metodologias vigentes nas escolas dessa época.

Voltando aos livros, o escritor marcou várias gerações. Sendo considerado um dos autores mais importantes na literatura infantil portuguesa, possui uma obra bastante extensa e diversificada, que integra textos de raiz popular e tradicional, poesia e sobretudo contos.

Reconhecendo a importância fundamental da literatura infantil enquanto veículo de mensagens e elegendo como valores a promover a liberdade de expressão e o respeito pela diferença, António Torrado utilizava, com frequência, o humor em muitas das suas histórias.

A nossa BE tem muitos títulos deste autor. Na lista anexa estão sublinhados os livros de que dispomos.

Já os leram?

A melhor homenagem que se pode fazer a um escritor é ler a sua obra…

Vamos sempre a tempo.

Boas leituras!!

 

Obras para a infância

·         Duas orelhas descascadas que vêm no mapa (ilustrações de Nelson Maia, Campo das Letras, 2007);

·         O mundo dos 3 bebés verrugas! (com Maria Alberta Menéres; Lisboa: Momos, 1993);

·         Festa na porta de trás (Porto: Asa, 1975; 3.ª ed., 1987);

·         A Chave do Castelo Azul (Lisboa: Plátano, 1969; 2.ª ed., 1981);

·         A Nuvem e o Caracol (Lisboa: Edições Afrodite, 1971; 4.ª ed., Porto: Asa, 1990);

·         O Veado Florido (Lisboa: Ed. O Século, 1972; 5.ª ed., Porto: Civilização, 1994);

·         Pinguim em Fundo Branco (Lisboa: Ed. Afrodite, 1973; 2.ª ed., Plátano Ed., 1979);

·         O Rato que Rói (Lisboa: Plátano, 1974);

·         O Jardim Zoológico em Casa (Lisboa: Plátano, 1975; 3.ª ed., 1980);

·         O Manequim e o Rouxinol (Porto: Asa, 1975; 3.ª ed., 1987);

·         Cadeira que Sabe Música (Lisboa: Plátano, 1976);

·         Hoje Há Palhaços (com Maria Alberta Menéres; Lisboa: Plátano, 1977, 2.ª ed., 1978);

·         Joaninha à Janela (Lisboa: Livros Horizonte, 1977; 2.ª ed., 1980);

·         Há Coisas Assim (Lisboa: Plátano, 1977);

·         O Trono do Rei Escamiro (Lisboa: Plátano, 1977);

·         A Escada de Caracol (Lisboa: Plátano, 1978; 2.ª ed.,1984);

·         História Com Grilo Dentro (Porto: Afrontamento, 1979; 2.ª ed., 1984) - ilustrado por Manuela Bacelar;

·         Como se Faz Cor-de-Laranja (Porto: Asa, 1979; 5.ª ed., 1993);

·         Vasos de Pé Folgado (Lisboa: Caminho, 1979);

·         O Tambor-Mor (Lisboa: Livros Horizonte, 1980);

·         O Tabuleiro das Surpresas (Lisboa: Plátano, 1981);

·         O Pajem Não se Cala (Porto: Civilização, 1981; 2.ª ed.,1992);

·         O Mercador de Coisa Nenhuma (Porto: Civilização, 1983; 2.ª ed., 1994);

·         O Livro das Sete Cores (com Maria Alberta Menéres; Lisboa: Momos, 1983);

·         Caidé (Porto: Afrontamento, 1983);

·         Os Meus Amigos (Porto: Asa, 1983; 3.ª ed.,1990);

·         História em Ponto de Contar (com Maria Alberta Menéres; Lisboa: Comunicação, 1984; 2.ª ed., 1989);

·         O Adorável Homem das Neves (Lisboa: Caminho, 1984; 3.ª ed.,1995);

·         O Elefante Não Entra na Jogada (Porto: Asa, 1985; 3.ª ed., 1990);

·         O Vizinho de Cima (Lisboa: Livros Horizonte, 1985);

·         A Janela do Meu Relógio (Lisboa: Livros Horizonte, 1985);

·         O Rei Menino (Lisboa: Livros Horizonte, 1986);

·         Dez Dedos de Conversa (Lisboa: O Jornal, 1987);

·         Como se Vence um Gigante (Lisboa: Livros Horizonte, 1987);

·         Devagar ou a Correr (Lisboa: Livros Horizonte, 1987);

·         Zaca-Zaca (teatro; Lisboa: Rolim, 1987);

·         Uma História em Quadradinhos (com Maria Alberta Menéres; Porto: Asa, 1989; 2.ª ed., 1992);

·         Dez Contos de Reis (Lisboa: O Jornal, 1990);

·         Da Rua do Contador para a Rua do Ouvidor (Porto: Desabrochar, 1990);

·         André Topa-Tudo no País dos Gigantes (Porto: Civilização, 1990);

·         Toca e Foge ou a flauta sem Mágica (Lisboa: Caminho, 1992);

·         Vamos Contar um Segredo (Porto: Civilização, 1993);

·         Conto Contigo (Porto: Civilização, 1994 (Lisboa: Plátano, 1976);

·         Teatro às Três Pancadas (teatro; Porto: Civilização, 1995);

·         A Donzela Guerreira (teatro; (Porto: Civilização, 1996);

·         As Estrelas – quando os Reis Magos eram príncipes (Porto: Civilização, 1996);

·         Doze de Inglaterra (ilustrações de Patrícia Fidalgo) (Caminho, 2000);

·         Vassourinha - Entre Abril e Maio (ilustrações de João Abel Manta, Campo das Letras, 2001);

·         Ler, Ouvir e Contar (ilustrações de Zé Paulo e Vítor Paiva, Campo das Letras, 2002; 4.ª ed. 2006);

·         Histórias Tradicionais Portuguesas Contadas de Novo (ilustrações de Maria João Lopes, Editora Civilização, 2004)

·         Verdes São os Campos (Campo das Letras, 2002);

·         Este Rapaz Vai Longe - Fernando Lopes-Graça quando jovem (ilustrações de Cristina Malaquias, Campo das Letras, 2006);

·         Histórias à solta na minha rua (Civilização Editora, 2006);

·         Corre, Corre, Cabacinha (ilustrações de Nelson Maia, Campo das Letras, 2007);

·         A Casa da Lenha - No centenário do nascimento do compositor Fernando Lopes-Graça (Campo das Letras, 2007);

·         Atirem-se ao ar!: o que ninguém contou de uma viagem histórica  (Caminho, 2012).