9 de junho de 2020

Posted by Biblioteca de E.B.2,3 de Paço de Sousa in | junho 09, 2020


Falemos então hoje de prosopopeia.

Esta palavra tem origem no grego prósopon, que significa “pessoa”, “face”, “rosto”. A união desse termo com poeio, que quer dizer “finjo”, deu origem a prosopopeia, palavra que nasceu com o significado de “rosto fingido”, “máscara”.


A princípio, o termo era usado para designar o fingimento com que um orador representava várias pessoas, entre elas pessoas ausentes, falecidas e até mesmo animais e objetos inanimados.
Daí resultou prosopopoiía, dramatização, ação de atribuir falas a uma personagem.


Assim, a prosopopeia, personificação, animização ou antropomorfismo é a figura de estilo em que o falante ou escritor atribui o dom da palavra, o sentimento, a ação ou outras características humanas a seres inanimados ou a seres vivos que não são humanos, aos mortos ou aos ausentes.


Consiste, em suma, em atribuir ações ou qualidades de seres animados a seres inanimados, ou características humanas a seres não humanos.

Eis alguns exemplos:
“O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um cego que guia.”
O livro não tem boca, nem ouvidos nem olhos.


“Hoje, até o sol está mais feliz.”
O sol é uma estrela, não fica feliz ou triste.


“Ela leu tão mal aquele soneto que o Camões deve ter dado voltas na tumba.”
Camões já morreu, por isso não pode estar a dar voltas no túmulo.


“Essa máquina da roupa já está cansada de trabalhar.”
As máquinas não sentem cansaço nem disposição, apenas funcionam, bem ou mal, ou não funcionam.


“Cabelos dançando ao vento.”
Os cabelos não dançam, o vento é que os agita.


“Esse violoncelo é tão melancólico.”
O violoncelo é um instrumento musical, não sente melancolia.


“O momento mais bonito da tarde foi a dança das borboletas.”
As borboletas não dançam, nós é que percebemos os movimentos delas como uma coreografia.

Então, deu para perceber?
Aproveitem as tardes luminosas e bem comportadas… para ler!
Até terça-feira!