Falemos
então hoje de metáfora.
Este recurso de estilo permite a
expressão de sentimentos, emoções e ideias de modo criativo e inovador, por
meio de uma associação entre dois elementos, usando um termo ou uma ideia com o
sentido de outro com o qual mantém uma relação de semelhança.
É, assim, uma comparação não
explícita, a designação de uma coisa ou de uma ideia por meio de uma palavra ou
expressão que indica, normalmente, uma coisa ou ideia diferente, mas que
apresenta com ela alguma semelhança.
Etimologicamente, este termo deriva
da palavra grega metaphorá através da junção dos dois elementos que a compõem - meta
que significa “sobre” e pherein que significa “transporte” -
passando para o latim metaphŏra.
Neste sentido, metáfora
surge enquanto sinónimo de “transporte”, “mudança”, “transferência” e em
sentido mais específico, “transporte de sentido próprio em sentido figurado”.
A metáfora tem sido objeto de
variadas e inesgotáveis reflexões a nível filosófico, linguístico e estético ao
longo da história.
Aristóteles (385 a.C.-323 a.C.) |
Aristóteles foi o primeiro a abordar
o tema da metáfora, identificando-a como termo genérico que abarca todas as
figuras retóricas em geral.
Por conseguinte, ao falar de metáfora, refere-se simultaneamente, e em sentido lato, a toda a atividade retórica.
Por conseguinte, ao falar de metáfora, refere-se simultaneamente, e em sentido lato, a toda a atividade retórica.
Segundo ele,
metáfora é “o transporte a uma coisa de um nome que designa um outro,
transporte quer do género à espécie, quer da espécie ao género, quer da espécie
à espécie ou segundo a relação de analogia”.
A metáfora surge, por consequência, como a substituição de uma palavra própria por uma palavra em sentido figurado.
A metáfora surge, por consequência, como a substituição de uma palavra própria por uma palavra em sentido figurado.
Eis alguns exemplos:
“O Pedro é um poço de sabedoria” (é
muito inteligente, como uma fonte inesgotável)
“A Joana perdeu o fio da meada” (perdeu
o contexto da conversa)
“Esta empresa precisa de sangue novo”
(a empresa precisa de novos membros)
“Aquele namoro tem os dias contados”
(está para terminar muito em breve)
- Comparação (esta apresenta uma
conjunção comparativa do tipo “como, assim como, tal qual, feito, que nem”).
Exemplo:
“O João é forte como um touro”
(comparação)
“O João é um touro” (metáfora)
- Sinédoque (implica uma transferência
da parte pelo todo e do todo pela parte).
Exemplo:
“A Avó fez noventa primaveras”
(sinédoque)
“A Avó fez noventa anos” (realidade:
a parte (primavera) pelo todo (um ano))
- Metonímia (o nome de um elemento é transferido
para outro com que está relacionado)
Exemplo:
D. Afonso Henriques (1109?-1185) |
“O pai do Reino de Portugal”
(metonímia)
“D. Afonso Henriques” (realidade: fundador
de Portugal)
Então, deu para perceber?
Continuemos pela estrada fora!
Até terça-feira!