No passado dia 3 de março, Penafiel comemorou 250 anos de elevação a cidade. Assim, no "Às quintas na BE" de 5 de março, todas as turmas do 6.º ano de escolaridade passaram pela BE e puderam conhecer, de forma mais detalhada, a história da cidade e a razão de ser desta efeméride.
Câmara Municipal, Praça do Município e Igreja da Misericórdia |
PENAFIEL está situada no topo e encostas de
uma pequena colina, conhecida como Arrifana,
entre o rio Sousa e o rio Cavalum, afluentes do lado direito
do rio Douro.
A origem do
nome Penafiel (Pennafidelis) é
diferente em diversas lendas, sendo no entanto a mais comum a que afirma que a
origem do nome surgiu de fortificações existentes na localidade. Segundo esta,
quando se deu a fundação da futura cidade aqui se erguiam dois castelos: o
primeiro situava-se junto ao rio Sousa, a norte do seu leito, e chamava-se
Castelo de Aguiar de Sousa; o segundo, na margem sul, denominava-se castelo da
Pena. Atacado diversas vezes pelos mouros, esta última fortificação nunca se
rendeu, o que lhe valeu o epíteto de "fiel" passando assim a ser
conhecida por Castelo de Penafiel.
Apesar
deste episódio, a povoação manteve até ao século XVIII a sua antiga designação de
Arrifana de Sousa.
Quanto à
proveniência do nome Arrifana
persistem dúvidas sobre se terá origem árabe ou se estará ligado ao nome de
Arriana, filha do Hermenegildo Gonçalves e de D. Mumadona Dias. Após a morte do
pai, Arriana herdou esta terra de que foi senhora no século X.
D. Manuel I |
No
ano de 1723 a população pede ao monarca que o lugar fosse elevado a vila, com
Juiz e Câmara próprios. O Porto, sentindo-se prejudicado, não gostou da ideia e
pressionou para que houvesse decisão negativa a este processo, só conseguindo
adiar esta situação até 1741. Assim, durante o reinado de D. João V, a paróquia
é elevada a vila, por decreto de 7 de outubro de 1741, tendo Câmara e
Juiz de Fora e dos Órfãos.
D. João V |
Até ao
reinado de D. José I, Penafiel era
conhecida como Arrifana de Sousa.
Porém, por carta régia de 3 de março de
1770, viu a sua designação alterada para Penafiel e ser elevada à categoria de cidade.
D. José I |
Também nesse ano, por bula do Papa
Clemente XIV com data de 1 de junho,
é ereta em sede da diocese do mesmo nome (ao mesmo tempo que a diocese de
Pinhel), separada eclesiasticamente da diocese do Porto, sendo nomeado como bispo o
carmelita Dom Frei Inácio de São Caetano,
confessor da rainha D. Maria I que, na altura, era ainda princesa do Brasil.
D. Frei Inácio de São Caetano |
A criação
desta diocese ficou em parte a dever-se ao desejo de Sebastião José de Carvalho
e Melo, Marquês de Pombal e Ministro de D. José I, de afrontar o bispo do
Porto, com o qual se debatia havia algum tempo, retirando-lhe assim uma fatia
muito significativa da sua diocese e, mais importante que isso, os respetivos
rendimentos.
Marquês de Pombal |
Este
episódio inscreve-se na “Viradeira”,
designação que se dá ao período que se inicia a 13 de março de 1777 com a nomeação por D. Maria I de novos
Secretários de Estado, em substituição do Marquês de Pombal que é afastado do
poder.
D. Maria I |
É o início
da viragem na atuação política. Neste período dá-se uma progressiva quebra do
controlo estatal sobre muitas das áreas económicas, com a extinção de alguns
dos monopólios mercantis estabelecidos por Pombal, e permite-se uma retoma da
influência da Igreja e da alta nobreza sobre o Estado. Muitos dos presos políticos
são libertados e muitos nobres reabilitados, incluindo alguns a título póstumo.
Dos
monumentos da cidade de Penafiel destacam-se:
·
Igreja
Matriz (classificada como monumento nacional), com especial relevo
para a capela-mor gótica vinda da primitiva igreja do Espírito Santo, na qual
foi estabelecida, em 1540, a confraria do Santíssimo Sacramento, sendo a então
localidade de Arrifana a primeira, depois de Roma, a ter uma confraria desta
invocação. A igreja, edificada em granito, foi reconstruída no século XVI,
devendo a estas obras a sua traça em estilo renascentista.
·
Museu
Municipal, instalado no palacete setecentista dos Pereira do Lago e que
é uma das últimas obras assinadas pelo arquiteto Fernando Távora (falecido em
2005) e concluída pelo seu filho, José Bernardo Távora, inaugurado a 24 de março
de 2009 e considerado, logo em 2010, o melhor museu de Portugal. Sendo ainda
nomeado para vários prémios internacionais, o site do museu foi considerado o
melhor em 2012 pela Associação Portuguesa de Museologia.
·
Biblioteca
Municipal, desejada desde 1863, só foi inaugurada a 6 de junho de 1917
na Avenida Araújo e Silva. Esta viria a encerrar em outubro de 1919, sendo
reaberta ao público a 6 de junho de 1927, transferida para um pequeno salão na
Avenida Sacadura Cabral vindo a encerrar dois anos depois. A 7 de julho de 1947
a Biblioteca é uma vez mais transferida, desta vez para a Praça da República,
passando a funcionar no Palacete do Barão do Calvário. A Biblioteca viria a
sair daí, para serem realizadas obras de recuperação do edifício, tendo sido
instalada provisoriamente no Salão Polivalente Municipal. Finalmente, as
instalações atuais foram inauguradas a 4 de março de 1995 pelo então Presidente
da República, Mário Soares, passando a ocupar todo o edifício.
Durante o
ano a cidade de Penafiel é palco de várias festas, feiras e romarias. São de
destacar as celebrações da Semana Santa,
o Corpo de Deus-Festas da Cidade e do
Concelho com tradições únicas no país, a Agrival, a Noite Branca, a Noite Vermelha, Penafiel
Racing Fest, São Martinho (de 10
a 20 de novembro) a Escritaria e a Penafiel Cidade Natal.
Além dos cartazes que foram afixados na escola, estas sessões serviram para lembrar a história e foram a nossa maneira singela de cantar os "Parabéns" a Penafiel!