18 de outubro de 2011

Posted by Biblioteca de E.B.2,3 de Paço de Sousa outubro 18, 2011
Escritaria chega ao fim e Mia Couto leva "ternura" de Penafiel.
Encerrou este domingo a 4ª edição do Escritaria em Penafiel, desta feita dedicado ao escritor moçambicano Mia Couto que no final afirmou que leva "ternura" de Penafiel e dos penafidelenses.
Foram dois dias em que se viveu Mia Couto em Penafiel. Em cada canto da cidade, as palavras do autor de "O Último Voo do Flamingo" adornaram as montras das lojas penafidelenses, encheram as ruas da cidade e, um pouco por toda a parte se via um apontamento da vida e obra do autor.
Pela primeira vez o Escritaria, o maior festival literário em torno de um escritor de língua portuguesa vivo que se realiza em Penafiel, abriu-se aos países de língua portuguesa e contaminou-se com Mia Couto.
Em Penafiel, Mia Couto mostrou-se grato por ter sido o homenageado da edição deste ano de um festival que, em edições anteriores, homenageou Urbano Tavares Rodrigues, José Saramago e Agustina Bessa Luís.
As terras penafidelenses encantaram o autor. A forma como se "apropriaram do autor e da sua obra, e a forma como a cidade se deixa vestir de palavras e transporta o que está dentro dos livros para a rua", fizeram com que fiquem sempre presentes na memória de Mia Couto. "É um evento que nunca vou esquecer, não por ser eu o homenageado, mas pela forma imaginativa e carinhosa das pessoas", de quem o evento e o autor se conseguem aproximar, numa relação de "gente comum".
Emocionado por ter sido o primeiro escritor de um país de língua portuguesa a ser homenageado no Escritaria, Mia Couto leva consigo um "enorme sentimento de ternura" e a lembrança da intensidade com que foi tratado pela população local. "Esta iniciativa está próxima das pessoas. Fui abordado por pessoas que não conheço, que me queriam contar uma história, um livro, não numa abordagem de fãs mas uma abordagem de gente comum", referiu. "O mais intenso é a maneira como aqui me sinto em casa, em família", acrescentou.
No final, Mia Couto agradeceu a Penafiel por ter aberto o evento a escritores que não são portugueses, defendendo que o mais importante é que se cultive o gosto das pessoas pelo livro e pela cultura e "Penafiel e o Escritaria fá-lo muito bem, pois além de divulgar o trabalho dos escritores, promove um contacto mais directo entre estes e a população", rematou.
Gratidão e Felicidade foram os sentimentos que, segundo Mia Couto, melhor descreveram os dois dias de festival e na hora do adeus, é "ternura" que sente por Penafiel e pelos penafidelenses.


                                                                                                            in, Diário Online